sábado, 26 de janeiro de 2013

Filipe Camelo anuncia recandidatura à Câmara Municipal

Jantar de Reis dos socialistas senenses mobilizou duas centenas e meia de pessoas, entre militantes, simpatizantes, autarcas, dirigentes associativos e sociedade civil.

O Partido Socialista de Seia promoveu, esta sexta-feira, a tradicional Ceia de Reis, um encontro que se realiza anualmente e que constitui não só uma oportunidade para manter e reforçar afetos e rever amigos mas, sobretudo, para partilhar ideias e valores, com a autenticidade que nos carateriza. No fundo, um lugar de aprendizagem, de conhecimento mútuo, de fortalecimento do partido e de criação de laços fortes entre todos.
A iniciativa ficou marcada pelo anúncio expectável do actual líder da estrutura concelhia do PS, Filipe Camelo, à Câmara Municipal de Seia, onde cumpre o primeiro mandato enquanto Presidente.
Expectável, porque Filipe Camelo foi o único militante que manifestou, em tempo oportuno, junto dos órgãos do Partido, essa disponibilidade para continuar a liderar o projeto do PS na Câmara Municipal, que o autarca considera “impossível de implementar num único mandato de quatro anos”, tendo recebido o apoio unânime da Comissão Politica Concelhia.
No uso da palavra, o dirigente socialista começou por apelar ao PS para se unir na ação, nestes tempos que são de enorme dificuldade. “As necessidades da nossa comunidade pedem do PS uma atitude forte e decidida, próxima das pessoas, porque a política não se pode nem deve esgotar nos políticos, mas sim no servir dos altos interesses das populações”, referiu, reiterando que é nesse objetivo que o PS tem de estar concentrado.
Registou, com agrado, o elevado número de pessoas presente na ocasião, que extravasou, em muito, o universo de militantes do Partido, naquilo que considerou tratar-se de um grande sinal de motivação, empenho, determinação e de vitalidade, condições essenciais, tal como na vida, à luta politica.
Mas também “como um voto de confiança e um estímulo, renovador de energia”, prometendo ser incansável no combate aos problemas e encontrar para eles as melhores soluções.
Dizendo que sempre acreditou que ninguém faz nada sozinho, apelou à junção de forças e sentido de união, em defesa dos interesses do Concelho.
Sob esse desígnio, convocaria, seguidamente, todos os presentes e aqueles que se queiram juntar ao projecto do PS, porque são muitos os ativos de que o concelho dispõe, que não podem nem devem ser desperdiçados e que, necessariamente, deverão ser colocados ao serviço do trabalho da equipa do PS, para que a qualidade de vida e bem-estar dos munícipes do Concelho de Seia seja cada vez mais consolidada.
O PS continuará a ser, por isso um espaço de e para todos, um lugar inclusivo e integrador, que reconhece as diferenças e com elas aprende.
Câmara Municipal com obra feita
Reconhecendo que existem ainda muito problemas por resolver, o também Presidente da Câmara aproveitou a oportunidade para evidenciar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no Município, do qual faz um balanço muito positivo, atendendo a uma conjuntura actual desfavorável sem precedentes.
Assegurou que o Município tem agido rápido, mas com equilíbrio, perante os problemas.
Começou por evidenciar a consolidação e convergência financeira da autarquia, que consumiram grande parte das energias, nos últimos três anos. Desde logo, porque havia a necessidade de transferir a dívida dos fornecedores para a banca, aliviando a carga sobre as nossas empresas e libertando dinheiro para a economia local.
Simultaneamente, frisou a captação de recursos para ações e investimentos e o estabelecimento de parcerias importantes, cujos resultados começam a ser visíveis, através do surgimento de novas iniciativas associadas ao setor do turismo, que favorecem a criação de novos postos de trabalho, novas marcas e produtos e um novo posicionamento de Seia no âmbito da promoção turística.
Prometeu, nesse âmbito, continuar a capitalizar o que de melhor existe no tecido empresarial do Concelho, dando-lhe condições para que se torne mais competitivo, assente numa economia mais moderna, inovadora e sustentável.
Destacou, igualmente os recursos ambientais, enquanto ativos importantes da estratégia de desenvolvimento em curso, através da ampliação da cobertura das redes de abastecimento de água e saneamento básico, com a entrada em funcionamento de dezenas de estações de tratamento e infra-estruturas
Frisou, entre outras áreas de actuação, o sector da educação, através do apoio permanente a um ensino integral que cria condições para as nossas crianças competirem como futuros profissionais de igual para igual, desde o jardim-de-infância até ao ensino superior.
Mas também o reforço dos apoios sociais, tendo em vista combater as desigualdades que a crise global acentuou.
O dirigente socialista tem noção não só das vitórias alcançadas, mas também das batalhas perdidas, fruto de decisões erradas do governo central, mas assegura não se dar por vencido.
Para que o Concelho tenha êxito, Filipe Camelo espera continuar a contar com uma frente ampla e coesa, assente no partido e na comunidade.
Refere que o ano que agora se inicia é altamente desafiador: “as contas públicas estão apertadas, com particular incidência nas finanças municipais, e não há margem de manobra, nem tempo para experiências”, mencionando que só o PS, com a sua capacidade e conhecimento, continua a ter condições de governar o Concelho.
No entendimento do autarca, os tempos difíceis que a generalidade dos portugueses vivem, exigem de quem tem responsabilidades ousadia e inovação, bem como novos modelos e o recurso à criatividade, enquanto suporte para ultrapassar fronteiras e obstáculos, porque práticas tradicionais não são mais capazes de resolver os novos desafios.
PSD/CDS-PP devem ser sancionados nas próximas eleições autárquicas
Relativamente às eleições autárquicas, assegurou que o partido tem a obrigação de concorrer para ganhar em qualquer sítio, “porque somos, de facto, a única alternativa perante a subserviência partidária, os interesses, as ambições ou vaidades que se chocam no PSD”, disse.
Recordou mesmo que “ninguém ouve e vê estes senhores em lado nenhum, com exceção para as visitas ministeriais, onde gostam, pomposamente, de constar da fotografia, como de verdadeiros emplastros se tratassem”.
Mas o mais grave, recorda o dirigente socialista, “ é que essas pessoas, que ambicionam conquistar a Câmara, são as mesmas que assistiram mudas e caladas ao encerramento das extensões de saúde, à extinção das nossas freguesias, ao esvaziamento do tribunal e, até sobre a ameaça de alienação do nosso Hospital, não se lhes conheceu uma única palavra”, enfatizou, aludindo ainda à suspensão das obras na Escola Secundária e no Centro de Saúde de Seia, bem como à perda de autonomia do Centro de Emprego de Seia.
“Romperam o silêncio a 10 meses das eleições para anunciar, imagine-se, a criação de um Conselho Consultivo, mas a verdade é que não usaram junto do Governo a sua suposta capacidade de influência, para ajudar a resolver um único problema que fosse”, acrescentou.
Filipe Camelo atribui essa postura “à inabilidade ou, quem sabe até, à existência de uma estratégia de obstaculizar a ação da Câmara Municipal, com objetivos estritamente eleitorais, ignorando que quem perde é o Concelho, apesar de se ler nos jornais que os vereadores da coligação PSD/PP apelam, (não se sabe a quem, nem para onde), para que sejam resolvidos alguns problemas.
O líder da concelhia socialista deu o exemplo da reorganização das freguesias, uma matéria sobre a qual diz se desconhecer a posição, em definitivo, do PSD/Seia. “Será a do PSD da Assembleia Municipal, a do PSD da Câmara ou da Comissão Política Concelhia.?, ninguém sabe…”, sustentou.
Perante esta “pálida imagem do que nos esperaria porventura se o PSD ganhasse as próximas eleições”, Filipe Camelo incentiva o Concelho a penalizar e sancionar o partido “laranja” nas próximas eleições autárquicas.
Disse, ainda, acreditar na renovação do apoio dos senenses. Apesar das restrições orçamentais em época de crise terem impedido a realização de mais obras, espera continuar a trilhar o caminho, iniciado há três anos, mantendo grande optimismo relativamente ao futuro.
É que, frisou, para além da consolidação das contas da autarquia, existe uma carteira de projectos que o Município tem vindo a ultimar, que o colocam em condições de fazer ainda mais no próximo mandato, com as oportunidades que surgirão no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio.
Promete, nessa medida, que o concelho estará na linha da frente.
Sobre a batalha eleitoral que se avizinha elege o combate à abstenção como uma das prioridades, sem ilusionismos e promessas fáceis, rematando que os grandes adversários do PS não são o PSD, o CDS ou o PCP, como a todos querem fazer crer.
“Os nossos grandes adversários são os problemas das pessoas”, concluiu